quinta-feira, 31 de maio de 2007

O LEDO PASSARINHO, QUE GORGEIA " Bocage


 

 

O ledo passarinho, que gorjeia
D'alma exprimindo a cândida ternura,
O rio transparente, que murmura,
E por entre pedrinhas serpenteia:

O Sol, que o céu diáfano passeia,
A Lua, que lhe deve a formosura,
O sorriso da aurora alegre e pura,
A rosa, que entre os zéfiros ondeia;

A serena, amorosa Primavera,
O doce autor das glorias que consigo,
A deusa das paixões, e de Cítera:

Quanto digo, meu bem, quanto não digo,
Tudo em tua presença degenera,
Nada se pode comparar contigo.

 

poema do Bocage 2

Rating:★★★★★
Category:Other
Já sobre o coche de ébano estrelado

Já sobre o coche de ébano estrelado

Deu meio giro a Noite escura e feia;

Que profundo silêncio me rodeia

Neste deserto bosque à luz vedado!

Jaz entre a folhas Zéfiro abafado,

O Tejo adormeceu na lisa areia;

Nem o mavioso rouxinol gorgeia,

Nem pia o mocho, às trevas costumado.

Só eu velo, só eu, pedindo à Sorte

Que o fio, com que está minha alma presa

À vil matéria lânguida, me corte.

Consola-me este terror, esta tristeza,

Porque a meus olhos se afigura a Morte

No silêncio total da Natureza.

Soneto do Bocage


 

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores

Incitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folhas a abelhinha pára,

Ora nos ares sussurrando gira.

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,

Mais tristeza que a noite me causara.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O Papiro


Papiro: A planta sagrada

Muito da História do Egito nos foi transmitido pelos rolos de papiro encontrados nos túmulos dos nobres e faraós. Foram os egípcios que, por volta de 2200 antes de Cristo, inventaram o papiro, espécie de pergaminho e antepassado do papel.
Papiro é uma planta aquática existente no delta do Nilo. Seu talo em forma piramidal chega a ter de 5 a 6 metros de comprimento. Era considerada sagrada porque sua flor, formada por finas hastes verdes, lembra os raios do Sol, divindade máxima desse povo. O miolo do talo era transformado em papiros e a casca, bem resistente depois de seca, utilizada na confecção de cestos, camas e até barcos.






Para se fazer o papiro, corta-se o miolo do talo - que é esbranquiçado e poroso - em finas lâminas. Depois de secas em um pano, são mergulhadas em água com vinagre onde permanecem por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente secas, as lâminas são dispostas em fileiras horizontais e verticais, umas sobre as outras. Esse material é colocado entre dois pedaços de tecido de algodão e vai para uma prensa por seis dias. Com o peso, as finas lâminas se misturam e formam um pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.

 

 

 

O Papiro e a Escrita:

 

Um dos fatores regionais mais importantes do Egito foi a existência nas margens do Nilo de uma planta aparentemente sem uso específico, mas que, com um pouco de tratamento (ainda que simples), se torna uma das maiores dádivas do Nilo ao Egito: o papiro.

 


O papiro

         Além dos utensílios, como velas de barcos e até móveis que se podia construir com papiro trançado, por volta de 3400, com os primeiros contatos com a escrita cuneiforme Mesopotâmica, os Egípcios desenvolvem uma idéia que tornará sua escrita mais barata e funcional do que a utilizada por seu vizinho: utilizar folhas secas de papiros para desenhar e pintar as Histórias cotidianas. Assim nasceu a escrita Egípcia e assim ela pode se difundir por todo o Egito e dele para a Fenícia, onde se tornou o antigo alfabeto fonético que, uma vez aperfeiçoado pelos Gregos, deu origem ao alfabeto Grego, que inspirou o alfabeto latino que é hoje utilizado na maior parte do mundo, sendo, portanto, o maior legado Egípcio para a posteridade. A escrita e, em especial, a escrita em papel com tinta, não em tabletes de argila, com talhadeiras.

 

sábado, 26 de maio de 2007

Hymn to Aphrodite

I
Shimmering-throned immortal Aphrodite,
Daughter of Zeus, Enchantress, I implore thee,
Spare me, O queen, this agony and anguish,
     Crush not my spirit

                 II
Whenever before thou has hearkened to me--
To my voice calling to thee in the distance,
And heeding, thou hast come, leaving thy father's
     Golden dominions,

                 III
With chariot yoked to thy fleet-winged coursers,
Fluttering swift pinions over earth's darkness,
And bringing thee through the infinite, gliding
     Downwards from heaven,

                  IV
Then, soon they arrived and thou, blessed goddess,
With divine contenance smiling, didst ask me
What new woe had befallen me now and why,
     Thus I had called the.

                  V
What in my mad heart was my greatest desire,
Who was it now that must feel my allurements,
Who was the fair one that must be persuaded,
     Who wronged thee Sappho?

                  VI
For if now she flees, quickly she shall follow
And if she spurns gifts, soon shall she offer them
Yea, if she knows not love, soon shall she feel it
     Even reluctant.

                  VII
Come then, I pray, grant me surcease from sorrow,
Drive away care, I beseech thee, O goddess
Fulfil for me what I yearn to accomplish,
     Be thou my ally.

 

The Poems of Sappho...

 


 

 

 

 

 

 

 

 

fr. 1 V
Imortal de colorido trono, Afrodite,
filha de Zeus, ardilosa, suplico-te,
não me submetas com gemidos nem angústias,
senhora, o coração.
Mas vem cá, se uma vez
os meus lamentos ouvindo de longe
atendias e, deixando do pai o palácio
dourado, vieste
com a carruagem atrelada: belos te conduziam
ligeiros pardais ao redor da terra negra,
espessas asas agitando do alto,
pelo meio do céu
depressa avançavam. E tu, ó bendita,
sorridente com a imortal face
perguntaste por que sofri
por que chamei
e o que, mais que tudo, quero cultivar
no meu louco coração: "quem, desta vez, pela persuasão
buscas conduzir para tuas relações mais íntimas? Quem,
ó Safo, te faz sofrer?
Pois se foge, rapidamente perseguirá.
Se nem presentes aceitava, logo dará.
E se não ama, rapidamente amará
mesmo não querendo."
Vem até mim também agora, alivia a penosa
aflição e quanto cumprir
meu coração deseja, cumpre: tu, assim,
sê minha aliada.




---por Jacyntho Lins Brandão


 

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Yule ou Solstício de Inverno

Rating:★★★★★
Category:Other



Yule

Primeiro dia do inverno (Solstício do Inverno).
Em 2007, no Hemisfério Sul, ocorre no dia 21 de Junho, às 15h06min (Horário de Brasília).

Também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, Meio do Inverno, Yule e Alban Arthan, o Sabbat do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. é o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabbat por certas tradições wiccanas é Frey, o deus escandinavo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperidade.) São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.

Nesse Sabbat os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus renascido que governa a "metade escura do ano". Nos tempos antigos, o Solstício do Inverno correspondia à Saturnália romana (17 a 24 de dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.

Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho, queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã. (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal.)

A queima da acha de Natal originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições wiccanas usam a acha de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dionísio ou Woden. Antigamente as cinzas da acha de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espargidas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma Primavera fértil."
http://www.circulosagrado.com/cs/celebracoes/yule.php




sexta-feira, 18 de maio de 2007

Artemis

 

Artemis is the goddess of the hunt, virginity, and the natural environment. She is the daughter of Zeus and Leto and twin sister of Apollo. Even though she is a virgin goddess, she also presides over childbirth. 

Sacred animals: goat, bee, bear, lion, greif, bull

Sacred plants: fir tree, laurel and Artemesia Vulgaris (mugwort).

Other sacred symbols include: Silver, bow, moon.

Other names/titles: 

Aeginaea ("Goat Goddess") at her sacred site at Taenarus.
Aegeria "Giver of Life" 
Aetole: Name for Artemis at Naupactus
Agoraea "Protector of the People" Title of Artemis and Athena in Sparta
Agrotera/Agraea/Agrotora: Artemis as the huntress. 
Ambulia "Goddess Who Delays Death" Title at Sparta

The Amnisiades are her attendants, who care for her sacred deer.  

The pictures on the left show the Artemis Ephesia, which was a special mother and fertility goddess of her own right, later fused by the Greek with Artemis. The Artemesion in Ephesus (today Turkey) was her temple and one of the world wonders. 

Her festival was held on the 6th of May, called the Artemesia and every four years was an even bigger one called Ephesia. The festival included a movement of the goddess statue, which was made of wood, through town on a special path (from the Artemesion to the State Agora, the Kuretstreet, to the theater and back to the Artemesion), as well as a feeding of the goddess (theoxenie) with salt and herbs. There may have been included a bath in the near sea.

 

 

 

Hécate

Thou stands before
the gates of Hecate's Shrine.

Close thy eyes and think of a three-way-crosspath,
where thou stands.
See the moon as the only shape at the darkened sky.
Imagine that thou carries food with thee as sacrifice.
Lay the offerings in the middle of the imagined crossway
and speak out loud or in mind:
Hail to thee, Hecate, Mother of Old

Hail to thee, Artemis of the crossroads,
Trivia, Goddess of the three roads,
let me walk the ancient path again

Hail to thee, Propylaia,
let me enter through thy sacred gate

Hail to thee, Kleidouchos,
lend me thy keyes for vision

Hail to thee,  Propolos,
send me thy heavenly guidance and aid

Hail to thee, mighty Phosphoros,
send light and love my darkened ways.

Hail to thee, mighty Mother of Old,
accept my sacrifice and let me dare to enter

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Um sol

Rating:★★★★★
Category:Other
Un Sol

Alfonsina Storni

Mi corazón es como un dios sin lengua,
Mudo se está a la espera del milagro,
He amado mucho, todo amor fue magro,
Que todo amor lo conocí con mengua.

He amado hasta llorar, hasta morirme.
Amé hasta odiar, amé hasta la locura,
Pero yo espero algún amor natura
Capaz de renovarme y redimirme.

Amor que fructifique mi desierto
Y me haga brotar ramas sensitivas,
Soy una selva de raíces vivas,
Sólo el follaje suele estarse muerto.

En dónde está quien mi deseo alienta?
Me empobreció a sus ojos el ramaje?
Vulgar estorbo, pálido follaje
Distinto al tronco fiel que lo alimenta.

En dónde está el espíritu sombrío
De cuya opacidad brote la llama?
Ah, si mis mundos con su amor inflama
Yo seré incontenible como un río.

En dónde está el que con su amor me envuelva?
Ha de traer su gran verdad sabida...
Hielo y más hielo recogí en la vida:
Yo necesito un sol que me disuelva..