terça-feira, 25 de março de 2008

Sono e Sonhos

Sono e os Sonhos

Escrito por Josenildo Marques em 9 Outubro, 2007

sonho de Jacó

Somos animais que hibernam à noite. Nessas horas em que os músculos repousam, milhões de neurônios em ação coordenada disparam estímulos elétricos para o córtex, a camada mais superficial do cérebro, responsável pelas características intelectuais que nos distinguem das lagartixas.
Como nós, os demais mamíferos sonham. Prova da origem comum do sonho em espécies tão díspares quanto ratos, golfinhos ou ursos, seres incapazes de dar às sílabas significado semântico, é que o enredo dos sonhos humanos é construído integralmente por imagens. Neles, não se escuta a voz de um narrador.
Econômica como é a seleção natural, a competição jamais privilegiaria uma característica como o sono, que expõe o animal aos predadores, se ela não fosse essencial para a sobrevivência.
A meu ver, nada ilustra a relação dos sonhos com o impulso de permanecer vivo, como os pesadelos, ocasiões em que assistimos às piores tragédias, à morte de pessoas queridas, enfrentamos momentos aterradores, chegamos a gritar e a acordar assustados, mas em hipótese alguma morremos. Ou você, leitor, já sonhou que estava num caixão, à beira da sepultura?
Enquanto dura um sonho, o cérebro é incapaz de distingui-lo da realidade. Por isso, o sistema toma a precaução de desligar o comando da musculatura, assim que o corpo adormece. Em gatos, quando destruímos os neurônios da área cerebral responsável por tal desligamento, os sonhos provocam movimentos convulsos que colocam em risco a integridade física.
Essa incapacidade cerebral de reconhecer a experiência onírica como fantasia intrigou egípcios, gregos, Freud e uma multidão de interpretadores dos sonhos como fenômenos associados à premonição ou aos mistérios do subconsciente.
Na década de 1990, um grupo da Universidade do Arizona instalou eletrodos no cérebro de ratos para monitorar a atividade elétrica ao percorrer um labirinto. No percurso, cada vez que o animal mudava de direção entrava em atividade um grupo de neurônios situados em determinada área do hipocampo, estrutura crucial para o armazenamento de novas memórias. A monitorização foi capaz de demonstrar que a mesma seqüência de neurônios era ativada quando o rato pegava no sono, depois do experimento.
Este ano, a equipe de Jan Born, da Universidade de Lübeck, publicou uma pesquisa conduzida com voluntários colocados diante da tela de um computador que exibia 30 pares de cartas. A posição de cada par era mostrada durante alguns segundos, enquanto as outras cartas permaneciam viradas para baixo. No final, com eletrodos instalados na cabeça, os participantes deviam identificar a localização dos pares.
Na fase de memorização, parte dos voluntários foi borrifada com uma essência de rosas, para verificar se a repetição desse estímulo à noite reativaria as memórias da sessão de treinamento. A análise da atividade elétrica durante o sono mostrou que realmente o perfume ativava os hipocampos daqueles previamente expostos a ele, mas não nos demais. E que, no dia seguinte, ao identificar novamente as cartas, a performance dos que receberam o estímulo foi superior.
Esse é o primeiro estudo a demonstrar que é possível ativar explicitamente a memorização, por meio da aplicação de um estímulo no hipocampo durante o sono.
Mas nem todos os neurocientistas concordam com a afirmação de que a atividade cerebral ao sonhar tenha como objetivo reprisar experiências recentes para memorizá-las. Consideram mais provável que sua finalidade seja aliviar a tensão armazenada nas sinapses, os espaços microscópicos por meio dos quais os estímulos elétricos são conduzidos de um neurônio para outro.
Eles partem do princípio de que o cérebro consome 20% da energia do metabolismo, e que a repetição constante de estímulos durante o período de vigília pode saturar as sinapses e torná-las inaptas para a aquisição de novos conhecimentos. Os sonhos restabeleceriam o equilíbrio do sistema, descarregando o excesso de energia acumulada nas sinapses.
É possível que o sono tenha evoluído para ajudar a economizar energia nos períodos em que se torna menos provável encontrar alimentos do que predadores. Na seleção natural, teriam levado vantagem os animais que desenvolveram a habilidade de sonhar, esteja ela associada ao aprimoramento das memórias ou ao alívio da tensão sobre as sinapses para que elas possam funcionar melhor no dia seguinte.

Texto do Dr. Dráuzio Varella


http://monomito.wordpress.com/



quinta-feira, 20 de março de 2008

Mabon* The Fall or Autumn Equinox

 

The Fall or Autumn Equinox is the moment when the day (light) is equal to the night (dark) and balanced is created between them.

The autumnal equinox (fall equinox, September equinox, or southward equinox) signals the beginning of autumn in the northern hemisphere: the moment when the sun appears to cross the celestial equator, heading southward.

 

At the equinox, the sun rises directly in the east and sets directly in the west. In the northern hemisphere, before the autumnal equinox, the sun rises and sets more and more to the north, and afterwards, it rises and sets more and more to the south.

Also called Harvest Home, this holiday is a ritual of thanksgiving for the fruits of the Earth and a recognition of the need to share them to secure the blessings of the Goddess and God during the winter months.


http://www.crystalinks.com/autumn.html

domingo, 9 de março de 2008

Invocation


INVOCATION
 
      Veiled lsis, Aphrodite of the Sea.

      Thou Mother-Goddess of the thousand names

      Thou in all women, and they all in Thee -

      Thou of the chalice flanked by candle-flames;

      Marah, Levanah, bitter-sweet, benign,

      Thou mother, mistress, lover, sister, wife,

      Who art at once the water and the wine,

      The gate of death. the bringer-in of life.

       

      Take this my will, my spark of urgent fire,

      Gestate it in Thine all-enfolding womb,

      Sharpen and cleanse my arrow of desire;

       

      Make me the shuttle, and the world the loom.

      Until the warp and weft of magic make

      A web the claws of Qliphoth cannot break.

       

      (Copyright Stewart Farrar, June 1970)

quarta-feira, 5 de março de 2008

A deusa Isis






O culto dispensado a Ísis revela que era uma deusa da vida humana muito mais que da fertilidade das lavouras. Símbolo da maternidade doadora de vida e principal divindade egípcia nos ritos funerários, em que aparece representada como carpideira, usava seus dotes de feiticeira para curar os doentes e ressuscitar os mortos. Seu poder foi obtido com astúcia. Criou uma serpente que pôs no caminho de Rá. O deus-sol  é mordido e é avisado que só terá a cura se pronunciar seu nome secreto. Cada vez mais enfermo pelo veneno que penetra em suas veias, Rá é obrigado a falar, E Ísis se apodera, com seu nome, de uma parte do poder do deus.

 

Ísis é uma das mais importantes deusas do antigo Egito. Segundo a lenda, descobriu e reuniu os pedaços do corpo de Osíris, seu irmão e marido, e devolveu-lhe a vida. Escondeu o filho Hórus para protegê-lo de Seth, assassino de Osíris, até que crescesse e pudesse vingar o pai. Mas, como fosse também irmã de Seth, no momento em que eles se enfrentaram a deusa hesitou entre ambos. Algumas tradições dizem que Hórus, então, decapitou-a. Mesmo assim, Ísis e Hórus representam o relacionamento perfeito entre mãe e filho.

 

A BUSCA DE ÍSIS

 

 

 

Texto sobre a busca do corpo de Osíris, levada a cabo pela sua consorce Isis.

(Autor desconhecido. Recebido por email).

 

 Escoltada por sete escorpiões venenosos, terrível guarda do corpo, Ísis parte em busca de Osíris e, assim, chegou à cidade de Pa-sin. Mas estava tão cansada e tão esfarrapada, que encontrou hospedagem; uma senhora chegou a fechar-lhe ostensivamente a porta na cara. Os Sethe escorpiões consultaram-se entre si sobre a maneira de vingar o insulto à deusa e, um a um, aproximando-se de sua líder, Tefen, injetaram-lhe todo o veneno. Tefen entrou na casa da irreverente senhora, encontrou o seu filho e picou-o. O poder do veneno foi tanto que a casa incendiou-se.

 

Uma misericordiosa e humilde camponesa, de nome Taha, teve pena daquele rosto petrificado pela dor e acolheu Ísis. A outra, que se chamava Usa, não encontrou uma gota d'água para apagar o incêndio; desesperada e com a criança morrendo nos braços, vagava à procura de ajuda, mas não encontrou ninguém que a socorresse. Então Ísis teve pena dela: ordenou ao veneno que não atuasse e a criança sarou logo, enquanto uma chuva apagava o incêndio. Ísis continuou a andar entre as inúmeras emboscadas que Sethh lhe armava no caminho. Nos arredores de Tânis ficou sabendo, por intermédio de algumas crianças, que o sarcófago havia chegado ao mar por aquele braço do delta do Nilo.

Desesperada, Ísis começou a rodear o Mediterrâneo, até chegar a Biblos na Fenícia.

Lá ficou sabendo que o esquife fora parar no meio dos arbustos, os quais, em contato com o corpo divino, transformaram-se numa esplêndida acácia que encerrou o escrínio em seu tronco. O rei de Biblos, ao ver a estranha árvore ordenou que a cortassem para fazer dela uma coluna no seu palácio.

 

Assim, todas as noites Ísis ia à cidade e transformava-se numa andorinha que esvoaçava em torno da coluna, lançando estrídulos pungentes... mas ninguém parecia notar.

Finalmente, resolveu agir: parou perto da fonte e quando as criadas da rainha foram apanhar água, começou a conversar, depois a penteá-las, a oferecer perfumes... e as criadas ficaram muito contentes. A rainha quis conhecê-la e, em pouco tempo, caiu nas suas graças e foi nomeada governanta do príncipe. Todas as noites, depois de assumir sua forma de andorinha, chorava penosamente.

Uma noite a rainha quis certificar-se de que a criança dormia e entrou em seu quarto, onde se deparou com uma situação aterradora: Ísis amamentava o bebê com a ponta do indicador e seu berço estava rodeado por chamas e, aos pés da cama, Sethe escorpiões montavam guarda. Gritou, perplexa; o rei e os guardas socorreram-na, enquanto Ísis, com um simples sinal, apagava as chamas. A Deusa então revelou-se e repreendeu a rainha; grata pela hospitalidade, tinha decidido tornar o príncipe imortal e, por esta razão, todas as noites o imergia nas chamas purificadoras. Mas infelizmente agora o encanto não fazia mais efeito. Com isso a rainha ficou profundamente entristecida e o rei, sentindo-se honrado por ter acolhido uma Deusa, prometeu-lhe o que quisesse. Ísis, naturalmente, pediu ao rei a grande coluna de onde tirou o escrínio e encheu o tronco de perfumes, envolveu-o com faixas perfumadas e deixou-o ao rei e ao seu povo como lembrança e relíquia preciosa.

Retomou o caminho de volta escoltada por dois filhos do rei, mas não resistiu por muito tempo: ordenou que a caravana fizesse uma parada e abriu a caixa. Quando apareceu o rosto do marido, os seus gritos de dor encheram o ar de um espanto tão grande que um dos filhos do rei ficou louco. Já outro teve menos sorte: Ísis tinha-se inclinado chorando sobre o rosto querido e o jovem a observava, ignorante e curioso. A Deusa percebeu e lançou-lhe um olhar tão forte que ele caiu morto. Chegando ao Egito, escondeu o esquive num lugar solitário, perto de Buto, entre os emaranhados pântanos do Delta que o protegiam contra os perigos.

Mas, por acaso, Sethh o encontrou, quando numa noite caçava ao claro da lua.

Abriu o ataúde e viu os restos mortais do irmão. Ficou furioso e despedaçou-o, dividindo-o em quatorze partes que foram espalhadas pelo Egipto

 

A infeliz Ísis, com o novo suplício, recomeçou a piedosa procura dos restos fúnebres e depois de imensas fadigas conseguiu reconstituí-los (exceto o falo, que fora devorado por um ossirinco - uma espécie de esturjão do Nilo).

Nos lugares em que os restos foram encontrados, surgiram templos, nos quais se realizavam peregrinações chamadas "A procura de Osíris".

Ísis chamou para junto de si a irmã Néftis, Tot e Anúbis. E, com a ciência herdada de Osíris, eles recompuseram o corpo do rei e envidaram todos os esforços para restituir-lhe a vida. Anúbis embalsamou o corpo, que foi enfaixado e recoberto de talismãs; Tot escreveu fórmulas mágicas nas paredes do sepulcro, em Abidos e Néftis construiu uma estátua idêntica ao defunto, colocada junto ao sarcófago. Por fim, Ísis tomou a forma de um falcão presa e pousou-se sobre os despojos, batendo as suas asas até que com o seu ar benfeitor insuflou uma vida renovada em Osíris. O esposo ressuscitado tomou-a e Ísis ficou grávida. Mas mesmo ressuscitado, Osíris não pode reinar mais sobre esta terra e tornou-se rei do Lugar que fica além do Horizonte ocidental, que transformou de um lugar triste e escuro, numa chácara fértil e rica de colheitas.

Realizado, enfim, o rito do sepultamento, Ísis voltou a esconder-se nos pantanais para proteger-se, e principalmente o filho que esperava, contra as vinganças de Sethh.

 

O percurso de Ísis revela a expansão da civilização egípcia pela orla do Mediterrâneo e, ao mesmo tempo, a aquisição de novos conhecimentos dos povos vizinhos. O mito tem grande semelhança com os Mistérios Eléusis, parecendo ser sua origem.

Por outro lado, também reflete a origem da mumificação e sua ideologia de vida pós-morte, bem como novas intrigas palacianas na sucessão do trono e a divisão da unidade egípcia em 14 reinos*

 

                                                   

 

    Pelos cuidados dispensados ao filho, atribui-se a Ísis o caráter de deusa protetora. A característica que mais a distingue, no entanto, é um grande poder mágico que supera o de todas as outras divindades. Era invocada em favor dos doentes, pois tinha ascendência mesmo sobre Anúbis, deus dos mortos.

 

Dentre as divindades femininas reconhecidas no egito,  a mais popular e conhecida é a deusa Ísis. Em uma cultura onde os dógmas, ensinamentos e filosofias religiosas ficavam restritos à especulação do clero e ao acesso de alguns poucos privilegiados, a história de Ísis, ao contrário, difundiu-se pela nação.

 Senhora do Céu, Ísis era Sopidut ou Sepedet, a Grande Estrela da Manhã, a Luz que anunciava o nascimento de Rá, o Sol, seu pai…
Venerada como Mãe Universal, absorveu em si as características da deusa Hathor, a Vaca Celeste. Modelo exemplar de esposa e mãe, constituiu ela o alicerce da família egípcia. Esperava-se que uma egípcia fosse para o marido, como Ísis para Osíris, e como mãe, que tivesse pelos filhos o desvelo que a deusa teve para com seu filho Hórus…e todo filho deveria ser para os pais, como Hórus o fora para com Osíris e Ísis.

      Inteligente e astuta, era ela a Senhora de Todos os Deuses, mais poderosa e sábia que seu próprio pai Rá, de quem, ardilosa, conseguira subtrair o nome secreto, tornando-se assim a deusa Senhora de todas as Magias e Encantamentos, detentora de toda sabedoria!
     Nascendo entre os humanos para auxiliar seu irmão e esposo Osíris na tarefa de civilizar os povos, conheceu todas as angústias e sofrimentos. Foi mulher, prisioneira, fugitiva perseguida pela fúria de Seth, seu irmão rival, andarilha e esmolante. Experimentou todas as privações e dores dos mortais, tornando-se assim a deusa mais poderosa e sábia do Egito.

 

Infinitas e variadas são suas representações e suas formas: ora a vemos como uma serpente ou um milhafre ( espécie de ave ); ou como um abutre agitando as asas tentando restituir a vida ao corpo inerte de Osíris. Por vezes, ela é representada como uma vaca ou em sua forma humana, ostentando sobre a cabeça os chifres de Hathor, o Amor Divino, com quem se funde e se confunde… ou como uma andorinha, símbolo da imorredoura esperança. Quaisquer que sejam suas representações, ela tem sobre sua cabeça o símbolo de seu nome, o hieróglifo do trono, pois ela é, conforme seu nome nos diz, simbolicamente traduzido, "o Trono que abriga em si o poder de renascimento segundo os ciclos do Sol", uma vez que seu nome se escreve com o desenho de um trono, um semicírculo indicando o percurso do sol no céu, e um ovo, elemento que abriga em si o potencial de uma nova vida latente…Ísis é, por isso, a Mãe Natureza, o Ventre Universal, o

 

Trono sobre o qual se senta Osíris, o Poder fecundador da natureza. Dentre os vários hepítetos da deusa, ela era chamada "Merit", a "Amada", a "eleita" para conceber Hórus sem cópula, o mistério da Virgem-Mãe. E merit, em hebraico, tornou-se Miriam, cuja tradução em português é Maria…

Para o egípcio, graças ao poder regenerador e mágico de Ísis que a vegetação brotava; era Ísis quem fazia transbordar o Nilo com suas lágrimas, chorando Osíris morto. Era Ísis que, como Estrela da Manhã, anunciava o Ano Novo e a vinda de Rá, a Luz Suprema…
     A fama dessa deusa foi tal, que ultrapassou as fronteiras do Egito. Os gregos viram nela um misto de Hera e Afrodite, os romanos a cultuaram sem reservas. Em Pompéia, seu templo foi o único a permanecer intacto na catástrofe que destruiu a cidade. Sua fama correu o mundo e na Gália, seu templo, chamado "Per-Isis", segundo uma corrente de egiptólogos, teria originado o nome de Paris, a capital da França.
      Ainda nos tempos atuais, a misteriosa presença dessa deusa egípcia se faz sentir até no catolicismo, onde ela se reveste das características de Nossa Senhora das Dores…e seu templo, na ilha de Phile, último baluarte da fé pagã a sucumbir ao cristianismo nascente, ainda é hoje a mais bela jóia da arquitetura sagrada dos egípcios. Ao vislumbrarmos esse Santuário banhado pelas águas do Nilo, ainda podemos, com um pouco de imaginação, recordarmos que ao poente, uma sacerdotiza, do alto de seus pilones, estendia os braços aos céus e clamava: "Paz! Paz para a humanidade inteira!"

 






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